Riscos do clareamento dental aos dentes e gengivas requer atenção.
Os riscos do clareamento dental aos dentes e gengivas precisam trazem, sim, algumas restrições ao procedimento. Mas conhecendo um pouco mais a fundo sobre as diversas clareadoras ajudará você a recuperar dentes amarelados sem transtornos e complicações.
por Luís Gustavo Leite, dentista graduado e especializado em próteses dentárias pela UFRGS, em Porto Alegre.
O clareamento dental traz problemas e riscos. Mas isso ainda não é motivo para desistir do tratamento.
Tem momentos na vida em que a gente só descobre que está metido em confusão depois já estarmos imersos nelas. E o clareamento dental, para alguns, pode ser um desses acontecimentos desagradáveis. E olha que não estamos falando apenas sobre dores e dentes sensíveis que cessam após o procedimento. É por isso que conhecer os riscos do clareamento dental aos dentes é essencial para evitar incômodos que podem se prolongar para depois do tratamento.
Os danos aos dentes e gengivas durante o clareamento dental, na verdade, podem ir bem além da simples e passageira sensibilidade dentária. Alterações na superfície de esmalte e o tratamento de canal para alívio de dor que não cessa podem ser algumas das consequências quando o procedimento se dá de forma mal planejada e executada. E ainda que esses problemas sejam raros, é bom conhecer um pouco mais sobre os problemas associados ao procedimento.
✓ dor passageira estimulada pelo frio ou alimentos cítricos;
✓ sangramento gengival;
✓ descamação e irritação superficial das gengivas;
✓ acentuação de doenças gengivais prévias;
✓ manchamentos superficiais;
✓ irritação pulpar inflamatória.
As técnicas para clarear dentes, e os problemas mais comuns.
O clareamento dentário tem algumas variações técnicas que são fáceis de entender, e que apresentam divisões que ajudam a compreender melhor como o dentista seleciona a melhor delas.
A mais básica delas divide o clareamento dental realizado pelo próprio paciente e monitorado pelo dentista (clareamento dental caseiro), das técnicas aplicadas pelo dentista, em consultório. Outra divisão divide o clareamento dentário realizado em consultório de acordo com a fonte de luz utilizada, ou mesmo a ausência dela para efetivar o tratamento.
• clareamento dentário caseiro
É a técnica mais comum para clarear dentes. Aplicada fora do consultório odontológico pelo próprio paciente, utiliza-se de moldeiras transparentes para colocar os géis clareadores em contato com os dentes. A grande vantagem dessa técnica é que os agentes clareadores (géis) utilizados trazem menores riscos e problemas para a polpa dentária. Por outro lado, a sensibilidade e dor durante o tratamento são mais frequentes comparadas às demais técnicas.
• clareamento dental a laser
A técnica mais glamourosa para clarear dentes também é a que traz mais riscos e problemas. Diferente do que se pode imaginar, a única função do feixe de luz (laser) é diminuir o tempo da consulta de aplicação do gel clareador sobre os dentes – e sem nenhuma melhora nos resultados clareadores! O problema mais grave para esta técnica de clareamento dental a laser é o risco para irritações pulpares inflamatórias.
• clareamento dental a led
Assim como acontece na técnica de clareamento dental a laser, a função do led durante o procedimento é diminuir o tempo da consulta. O risco para a irritação pulpar inflamatória também é o principal problema relacionado a este tipo de procedimento clareador.
• clareamento dental sem uso de luz (convencional)
Entre as técnicas de aplicação em consultório, esta é a mais comum. Utilizando-se dos mesmos agentes clareadores utilizados nos procedimentos clareadores a laser e led, traz os mesmos resultados clareadores. É mais segura aos dentes comparada às técnicas com luz, o que, infelizmente, não diminui os riscos para que os géis clareadores utilizados atravessam as espessas camadas de esmalte e dentina e produzam irritações pulpares.
Afinal, o clareamento dental prejudica o esmalte dos dentes?
Afinal, o clareamento dental prejudica o esmalte dos dentes? Infelizmente, isso realmente acontece. Mas a boa notícia é que, na maioria das vezes, os danos estruturais às superfícies dos emalte dentário são mínimos, e recuperam-se rapidamente tão logo termine o tratamento. É o processo chamado de remineralização, que reconstitui o efeito deletério sobre os cristais de esmalte dos dentes a partir de elementos calcificadores presentes na própria saliva.
O processo de auto-reparo da superfície de esmalte danificada durante o clareamento dental acontece independente da técnica clareadora utilizada. O problema, entretanto, é que a remineralização imediata da superfície danificada tem limites. A repetiçao e uso exagerado e irracional dos agentes clareadores (principalmente o peróxido de hidrogênio), ao longo dos anos, pode trazer danos ireversíveis ao esmalte dentário. É por isso que os riscos durante o clareamento dental, com relação ao esmalte dentário, estão associados ao uso extensivo do procedimento.
Dentes sensíveis, o problema mais comum pode ser minimizado sem dificuldades.
Dor e dentes sensíveis são os contratempos mais associados ao clareamento dentário. E com razão. Na técnica caseira, por exemplo, o problema atinge 70% dos pacientes. E a causa para o desconforto, que diga-se de passagem cessa em poucos dias após o fim do tratamento, é a ação do gel clareador sobre as raízes dentárias. É por isso que o risco para sensibilidade dentária em pacientes com retrações gengivais são consideravelmente maiores comparada a indivíduos com gengivas sem recessões.
Se eliminar a sensibilidade dentária que aparece durante o clareamento dentário caseiro é um procedimento quase impossível, ao menos é possível amenizá-la. E o meio mais eficaz para isso é diminuir a concentração do agente químico clareador. Outra medida que também traz alívio para o problema é a aplicação de dessensibilizantes. E quando nada funciona, o jeito mesmo é abandonar a técnica caseira e partir para o clareamento em consultório.
Irritação inflamatória da polpa dentária é problema mais comum do que se pode imaginar.
Se a concentração dos agentes clareadores (peróxido de carbamida ou oxigênio) não altera os riscos para danos sobre o esmalte dentário durante o clareamento, o mesmo não pode ser dito com relação a agressões à polpa dentária. É que os géis aplicados sobre os dentes, durante o procedimento realizado em consultório, apresentam concentrações tão elevadas que seus agentes tóxicos atravessam as espessas camadas de esmalte e dentina, atingindo uma estrutural relacionada com a vitalidade dos dentes: a polpa dentária.
Os riscos do clareamento dental à polpa dentária, na técnica realizado em consultório, são objetos para muitas pesquisas. O problema é que a incidência do problema não é de todo bem documentada. O que sabe até agora é que o peróxido de hodrogênio é um agente mais tóxico que o peróxido de carbamida. Além disso, o uso de fontes de luz, como no clareamento dental a laser ou led, aumenta os riscos para o problema. E, por último, e talvez o mais relacionado com danos à polpa dentária, está a repetição excessica do procedimento.
Os riscos do clareamento dental a laser inviabilizam a técnica?
Os problemas e riscos do clareamento dental a laser são bem conhecidos. Ao contrário do que se pode imaginar, o feixe de laser aplicado sobre os dentes não é o responsável pela ação clareadora do tratamento. Na verdade, a função do laser – assim como acontece na técnica a led – é diminuir o tempo de consulta. Mas essa economia pode ter um custo elevado, já que o aumento de temperatura provocado por este tipo de luz pode provocar lesões na polpa dentária.
A viabilidade do uso de laser ou outras fontes de luz nos procedimentos clareadores precisa ser repensada. Apesar do glamour que envolve a técnica, os riscos desse procedimento, e que em casos mais severos pode necessitar de tratamento de canal como meio para conter a dor, precisam ser levados em conta. E principalmente porque os resultados finais do uso de laser não se refletem em dentes mais clareadores e harmônicos comparados a outras técnicas.
Clareamento dentário caseiro, a técnica mais segura e eficiente também tem desvantagens.
Não é nenhuma novidade o fato de que o clareamento dental caseiro é a técnica que traz os melhores resultados clareadores. E olha que os géis clareadores utilizados neste tipo de procedimento são menos concentrados comparados às técncias aplicadas em consultório. Mas , ainda assim, alguns riscos do clareamento dental caseiro precisam ser bem entendidos para que problemas mais severos apareçam.
Lesões às gengivas são eventos frequentes na técnica caseira. Embora, assim como acontece com a dor, ela desapareça já nos primeiros dias após o término do tratamento, são preciso alguns cuidados para que o problema não traga problemas irreversíveis.
Os danos inflamatórios pulpares também não estão livres de aparecer nessa técnica, já que a retração da gengival associada a desgastes nas raízes dentárias expõem, em demasia, a polpa dentária presente nos canais. Assim, certifique-se de que as raízes dentárias estarão protegidas durante o procedimento.
Clareamento dental, benefícios e malefícios. Ainda vale a pena fazê-lo?
Depois de conhecer tantos riscos dos clareamento dental à saúde dos dentes e gengivas, é de se perguntar se ainda vale a pena clarear dentes através do uso de géis clareadores. E a resposta para isso depende de fatores como existência de gengivas retraídas, inflamações gengivais, cáries dentárias, manchas por antibióticos, má formação dentária por problemas congênitos e urgência estética do procedimento.
Do ponto de visto da viabilidade técnica e de segurança, dá, sim, para clarear dentes amarelados e sem vida sem maiores problemas. Mas para isso, a seleção correta dos procedimentos, o uso de concentrações de agentes clareadores mais baixos e dessensibilizantes, a análise cuidosa das condições das raízes dentárias e muita paciência devem fazer parte do seu tratamento. Depois, é só curtir os resultados para um sorriso mais claro e harmônico.
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