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Luis Gustavo Morato Leite

Vai trocar sua restauração com amálgama? 5 dicas essenciais.

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Na busca pelo sorriso perfeito, trocar uma única restauração com amálgama que ficou escura e desadaptada pode fazer toda a diferença para melhorar o seu visual – mas a técnica com resina pode não ser a melhor alternativa. Neste post, descubra, em 5 dicas essenciais para quem quer – ou precisa – substituir a sua restauração escura com amálgama, as vantagens, indicações e problemas da troca do amálgama em restaurações que ficaram escurecidas.

 

Por Luís Gustavo Leite, dentista graduado e especializado em próteses dentárias pela Ufrgs, em Porto Alegre.

 

 

Antes, um pouco sobre a restauração com amálgama de prata.

 

São poucas as pessoas com mais de 40 anos de idade sem ao menos um dente restaurado com amálgama de prata – conhecida como restauração escura em metal. Embora seja um material obsoleto, foi fundamental na recuperação de cavidades cariosas extensas para várias gerações de indivíduos no mundo inteiro. E não é para menos. A restauração em amálgama de prata tem a mesma importância histórica que o anestésico e o raio x para a saúde bucal no século passado. E se a estética não é o ponto forte da restauração em amálgama, a resistência, baixo custo, técnica simples e a capacidade superior às restauração em resina em resistir à infiltrações por cáries por muitos anos – ou décadas para muitos indivíduos – faz do amálgama um material ainda utilizado em várias partes do mundo.

 

Os principais componentes do amalmágama para restaurações são a prata, estanho e mercúrio – todos tóxicos ao organismo. Entre eles, o mercúrio é o que é o mais tóxico e pode causar até mesmo danos neurológicos. Milhares de estudos já foram feitos sobre os danos ao organismo causados pelo mercúrio presente nas restaurações com amálgama, e ainda pouco conclusivos – enquanto uns demonstram a ausência ou níveis baixos de intoxicação compatíveis com a nossa saúde, outros implicam às restaurações com amálgama problemas de saúde. Se devemos ou não trocar todas as restaurações escuras – ou mesmo novas – com amálgama de prata dada a presença do mercúrio, problemas estéticos ou falhas como fraturas ou desadaptações de margens, conheça 5 dicas essenciais sobre a troca ou substituição das restaurações com amálgama – escuras – por restaurações com resinas ou porcelanas.

 

 

1. Não substitua restaurações muito extensas com amálgama por restaurações com resinas.

 

A restauração com resina composta é, sem dúvida, a técnica mais utilizada nos consultórios para recuperar dentes fraturados e preencher cavidades causadas por cáries. Com ela é possível imitar com precisão a cor e forma dos dentes, de forma rápida e barata. Porém, a resina não é tão resistente a desgastes quanto o amálgama de prata presente nas restaurações escuras em metal. Muito pelo contrário : a resina composta só para ser utilizada para pequenas cavidades em dentes posteriores. Assim, trocar aquelas restaurações enormes em amálgama de prata por resina composta é uma péssima ideia,  já que com o passar dos primeiros meses os desgastes e perda de detalhes na anatomia esculpida são notavelmente percebidos. O resultado? Movimentações dentárias, fraturas e indivíduos que mastigam apenas em um lado da arcada para suprir a perda da eficiência mastigatória – para não falar de outros problemas que aparecem com o desgastes das resinas em restaurações muito extensas.

 

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Substituir o amálgama das restaurações desses dentes é uma solução estética perigosa.

 

 

2. Se apenas uma parte da restauração com amálgama fraturou, não faça emendas : troque toda a restauração.

 

A fratura de apenas uma parte de uma restauração em amálgama é o padrão de falha para esses materiais. Como não é possível fazer emendas em ligas metálicas como o amálgama de prata – seja essa emenda com amálgama ou resina -, remover toda a restauração é o mais apropriado para evitar novas fraturas ou infiltrações por lesões cariosas. Os dentes mais envolvidos em problemas como infiltrações cariosas ou mesmo fraturas que levam à perdas dentárias são dentes com muitos “remendos” em resinas ou amálgama de prata – a que os dentistas referem-se como dentes “frankensteins”. Se o tempo ou o orçamento mais curto são motivos para restaurar apenas a parte fraturada da restauração em amálgama, pense nela apenas como um procedimento provisório, e organize-se para fazer a troca ou substituição total da restauração em um momento futuro – não muito distante. As infiltrações em dentes com múltiplas restaurações costumam ser indolores e podem atingir a polpa do dente.

 

 

3. A restauração escurecida em amálgama pode ser polida e recuperar a cor inicial.

 

A restauração com amálgama fica escura porque os metais presentes em sua composição sofrem corrosão com o passar dos anos – e o principal motivo para trocá-las por resinas, para muitos indivíduos, é o efeito estético desagradável que decorre desse fenômeno galvânico. Os pacientes que fazem tratamentos para clarear os dentes, por exemplo, incomodam-se com os contrastes de cor entre dentes clareados e o escuro das restaurações com amálgama. Entretanto, para muitas pessoas, eliminar o escurecimento dessas restaurações antigas pode ser esteticamente aceitável. A técnica que devolve o brilho – metálico, porém menos agressivo que o tom escuro – consiste em repolir com borrachas abrasivas o amálgama escurecido. É fácil, rápida, e até mesmo indicada como prevenção para fraturas e infiltrações cariosas segundo alguns estudos científicos.

 

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A troca de pequenas restaurações com amálgama ( foto ) é uma boa ideia e solução estética.

 

 

4. Para cavidades extensas, materiais como a porcelana e a zircônia são excelentes opções.

 

Mas, afinal, o que fazer quando uma restauração extensa com amálgama está fraturada e precisa ser substituída ? A ideia que a maioria dos indivíduos tem sobre a restauração dentária, independentemente do material a ser utilizada, é que ela é realizada pelo diretamente sobre o dente, durante a consulta. Mas essa é apenas a forma como a restauração com amálgama ou resina composta é realizada. Uma alternativa mais sofisticada, com menores risco à infiltração por cáries e com propriedades de resistência necessárias a cavidades muito extensas é a técnica indireta de restauração em porcelana ou zircônia. Nela, uma moldagem da cavidade resultante da remoção do amálgama é enviada a um laboratório de próteses – e um material provisório protege a cavidade até a próxima consulta, em que um bloco com encaixe preciso e na cor do dente é cimentado exatamente na cavidade antes ocupada pelo amálgama presente na restauração escura ou fratura. É um procedimento com custo maior, mas que acompanha os resultados estéticos e de durabilidade aumentados por essa técnica.

 

 

5. O metal presente em uma restauração com amálgama pode tatuar a sua gengiva.

 

Na verdade, são vários os metais que podem deixar gengivas severamente pigmentadas mesmo em indivíduos que apresentam um único dente restaurado com metal ( amálgama de prata ). O fenômeno aparece porque é comum o amálgama ir se desprendendo, em pequenos pedaços, mesmo de uma única restauração com amálgama. E dependendo da forma como a restauração libera esses pequenos pedaços de metal, eles podem ser incorporados à gengiva, provocando manchas resultantes do encapsulamento desses pedaços pelo tecido conjunto – camada interno à mucosa da gengiva. Um processo semelhante à forma como a pele ou mucosa mantem de forma definitiva os pigmentos infiltrados pelas agulhas presentes nos aparelhos para tatuagem. Taí um motivo a ser levado em conta quando esses pigmentos – chamados de tatuagem por amálgama – podem ser encontrados na mucosa dos pacientes.

 

 

Saiba mais sobre restaurações, resinas e porcelanas :

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