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Luis Gustavo Morato Leite

Sorriso gengival: gengivoplastia ou gengivectomia? Entenda as diferenças.


A cirurgia para sorriso gengival traz melhores resultados quando realizada através da gengivoplastia ou gengivectomia, duas técnicas que precisam ter suas diferenças bem entendidas antes de partir logo para o tratamento.

 

Luís Gustavo Leite é dentista especialista em periodontia (gengivas) e próteses dentárias, ambas pela UFRGS, em Porto Alegre.

 

 

Sorriso gengival, qual a causa para isto?

 

Poucos problemas odontológicos acertam tão em cheio a autoestima quanto o sorriso gengival. Característico pela exposição exagerada das gengivas ao falar ou sorrir, ele traz implicações estéticas severas mesmo naqueles que possuem os dentes super alinhados e clareados. Não à toa, a maioria dos afetados por esta condição evita fotografar-se sorrindo ou expor-se em redes sociais.

 

O sorriso gengival tem várias causas. Do crescimento exagerado das gengivas ao redor dos dentes (falso sorriso gengival) à maxila superior excessivamente volumosa, são vários os motivos que contribuem para esta condição psicologicamente depressiva que, para ser recuperada, requer procedimentos cirúrgicos delicados e precisos.

 

crescimento anormal e exagerado das gengivas;

tecido ósseo em excesso sobre os dentes;

hiperatividade muscular;

crescimento exagerado do osso maxilar (maxila);

lábio superior curto.

 

 

A cirurgia plástica gengival para remover gengivas grandes e em excesso.

 

Os procedimentos estéticos para transformação do sorriso com facetas de porcelana e lentes de contato dental são sensíveis a pequenos detalhes. Tudo importa para alcançar resultados mais naturais e harmônicos. E para que isto seja possível, a cirurgia plástica gengival pode ser essencial para alinhar gengivas problemáticas.

 

A remoção das gengivas grandes e em excesso exige técnicas sofisticadas de plástica gengival. O recorte simples do tecido em excesso, quando desacompanhado de exames radiográficos e clínicos e simulações de resultados frequentemente resulta em complicações, até mesmo irreversíveis, às gengivas.

 

A cirurgia plástica gengival para corrigir o sorriso gengival pode envolver desde técnicas sofisticadas como a cirurgia de reposicionamento labial ou a simples aplicação de toxina botulínica, ou ainda a gengivoplastia e a gengivectomia – estas, mais eficazes e previsíveis para remodelar as gengivas ao redor dos dentes.

 

 

A diferença entre gengivoplastia e gengivectomia no tratamento do sorriso gengival.

 

A cirurgia plástica gengival conta com duas técnicas para remover e delinear as gengivas em excesso no tratamento do sorriso gengival: a gengivoplastia e a gengivectomia. Mas para entender como o dentista seleciona entre uma ou outra, é também preciso entender as diferenças entre elas.

 

A gengivectomia é uma técnica simples feita através do recorte simples da gengiva em excesso. Muito utilizada para remover as gengivas crescidas em contato com o aparelho ortodôntico, é a técnica mais indicada no tratamento do sorriso gengival quando a causa é o crescimento tecidual exagerado que aparece durante as trocas dentárias.

 

Diferente da gengivectomia, a gengivoplastia remove, além da gengiva em excesso, o osso em excesso que recobre a parte do dente que queremos evidenciar. Uma de suas vantagens é evitar que as gengivas cicatrizem em posições inadequadas ou “voltem a crescer”.

 

 

Como saber quanta gengiva remover?

 

Uma parte importante do tratamento é identificar a quantidade de gengiva precisa ser removida para alcançar os resultados esperados. E para isto, o dentista utiliza três técnicas que se complementam: a sondagem gengival, os exames radiográficos e as simulações dos resultados finais.

 

A sondagem gengival é realizada diretamente entre a gengiva e o dente. Realizada após anestesia local, ela permite ao dentista medir a distância entre as bordas das gengivas até o osso que sustenta a raiz do dente. O objetivo é calcular, em milímetros, a quantidade exata de gengiva que está em excesso.

 

Por sua vez, a tomografia computadorizada é utilizada para localizar o osso ao redor dos dentes. É o exame mais preciso para selecionar entre a gengivoplastia e a gengivectomia no tratamento do sorriso gengival.

 

Já a simulação dos resultados finais do tratamento é realizada através de fotografias – ou ainda diretamente sobre os dentes na técnica conhecida como mockup, esta bastante utilizada para simulações com facetas de porcelana e lentes de contato dental.

 

 

Como escolher entre gengivoplastia e gengivectomia?

 

Apesar da simplicidade, a gengivectomia não funciona para todos os casis. Na verdade, a maioria deles só pode mesmo obter resultados permanentes através da gengivoplastia. Mas como escolher entre elas?

 

Quando o osso que recobre as raízes dentárias está corretamente localizado, sem excesso, a gengivectomia é a técnica indicada. Já quando este mesmo osso encontra-se em excesso, avançando sobre a coroa dentária, a gengivectomia é o procedimento correto.

 

 

Gengivoplastia, como é a cirurgia.

 

A gengivoplastia é um procedimento cirúrgico realizado sob efeito de anestesias locais e que dura aproximadamente 90 minutos. Ela é dividida em duas etapas, sendo a primeira dedicada ao recorte das gengivas na posição previamente planejada e a segunda dedicada à remoção e recorte do osso em excesso.

 

O recorte e delineamento ósseo é feito com instrumentos manuais, o que garante mais precisão e menos complicações pós-operatórias. Esta remoção óssea é determinante para a estabilidade final das gengivas após a cicatrização. Após, suturas delicadas mantém os tecidos recortados em posição.

 

 

Gengivectomia, como é a cirurgia.

 

O recorte das gengivas grandes (em excesso) presentes no sorriso gengival é realizado após anestesia. Em alguns casos, as suturas (pontos) nas gengivas nem precisam ser realizados. Outra característica desta técnica são os cuidados pós-operatórios mais simples.

 

Pós-operatório, recuperação, dor e cicatrização das gengivas.

Os cuidados tomados imediatamente após plásticas gengivais são parte importante do sucesso do tratamento. E antes de organizar a sua agenda para o procedimento, confira algumas informações essenciais sobre o pós-operatório, a recuperação, o controle da dor e a cicatrização das gengivas na cirurgia do sorriso gengival.

 

Pós-operatório

O pós-operatório da cirurgia para sorriso gengival exige, nas primeiras 24 horas, repouso absoluto, uso recomendado de compressas frias e alimentação fria e pastosa. Até às primeiras 72 horas é vedada a prática de exercícios físicos, a escovação no local operado (a higiene oral é feita através de bochechos com produtos específicos) e a mastigação de alimentos rígidos.

 

Tempo de recuperação

A recuperação da cirurgia do sorriso gengival depende da resposta individual de cada paciente, bem como dos cuidados por ele tomados. Às primeiras 72 horas é esperada o inchaço e o vermelhidão no local operado, que começam a desaparecer lá pelo quarto dia. O retorno às atividades de trabalho e escolares pode, na maioria das vezes, ser retomada após 24 horas.

 

Dor

A cirurgia para sorriso gengival não dói. É o que relata a maioria dos pacientes operados. A dor, facilmente controlada por analgésicos simples, não exige mais do que 24 horas de uso destes fármacos, tanto na gengivectomia quanto gengivoplastia.

 

cicatrização

A cicatrização das gengivas depende de respostas individuais e da técnica cirúrgica utilizada: gengivoplastia ou gengivectomia. De forma geral, a partir do terceiro dia as gengivas já começam a desinchar e retomar a sua coloração normal. A partir do sétimo dia ainda é possível perceber sinais discretos dos pontos de sutura e áreas com incisões, porém a cor e volume das gengivas já estão próximos à normalidade. 

 

Medicações

Antibiótico costumam ser recomendados à cirurgia para sorriso gengival quando a técnica utilizada é a gengivoplastia (remoção e recontorno ósseo). Já com relação ao controle da dor, analgésicos simples são suficientes para controle da dor e desconfortos pós-operatórios. Antiinflamatórios não são necessários.

 

 

Os riscos para a gengiva “voltar a crescer” ou não ficar simétrica.

 

A maior reclamação no tratamento sorriso gengival é a cicatrização (forma final) diferente do recorte realizado durante a cirurgia. Este problema, que pode aparecer alguns dias ou semanas, é mais comum na técnica com gengivectomia, que faz o recorte simples e não remodela o osso ao redor dos dentes.

 

Na maioria dos casos, mesmo quando a escolha da técnica é correta e a cirurgia são bem realizada, são comuns o aparecimento de assimetrias. Os motivos para são as variações na forma dos dentes e as espessuras diferentes de gengivas em um mesmo grupo de dentes operados.

 

Por outro lado, as pequenas assimetrias de alinhamento das gengivas podem ser corrigidas, passados 60 dias, por gengivectomia simples e localizada apenas na região assimétrica.

 

Outro problema bastante comum à cirurgia do sorriso gengival é quando a “gengiva volta a crescer”. Mais frequente quando a técnica é o recorte simples por gengivectomia, ela tem como causa a relação inadequada entre o osso que recobre os dentes e as gengivas. E para evitar isto, a gengivoplastia é o tratamento ideal.

 

 

Retração gengival, espaços escuros entre dentes e outros problemas.

 

A cirurgia para sorriso gengival é um tratamento seguro – mas os problemas associados a ela não são tão raros assim. As duas principais causas para os problemas que podem aparecer são a seleção incorreta da técnica e a execução inadequada.

A retração gengival, que é a exposição da raiz dentária, pode ser um resultado pela remoção inadequada do osso ao redor do dente ou de complicações durante a cicatrização das gengivas. Dependendo da severidade, as gengivas retraídas que aparecem podem ser irreversíveis.

O aparecimento de espaços escuros entre dentes, o black space, é o resultado da perda das gengivas nestes regiões. Além da remoção excessiva do osso, ele também pode aparecer com erros nas incisões destes tecidos, que precisam permanecer intactos mesmo na correção mais severa do sorriso gengival.

 

 

Planeje seu tratamento: gengivoplastia é irreversível.

 

A gengivoplastia é um tratamento com resultados estéticos marcantes, estáveis e – muita atenção aqui – irreversíveis. E para evitar frustrações com o tratamento, exames clínicos e radiográficos precisos e o planejamento cuidados – incluindo aí as simulações – são essenciais.

 

 

Tratamentos alternativos e complementares para o sorriso gengival.

 

O crescimento exagerado das gengivas e do osso sobre os dentes nem sempre é a causa para o sorriso gengival. E para estes casos, existem outros procedimentos que podem ser mais adequados na recuperação estética do sorriso. 

 

Reposicionamento labial

A cirurgia para reposicionamento labial é indicada para os casos mais severos de sorriso gengival. Nestes casos, em que mais de uma causa costuma estar por trás do problema, como a associação do crescimento excessivo do osso maxilar com a hipermobilidade dos lábios, este procedimento cirúrgico reduz a movimentação excessiva dos lábios através de técnicas de recorte e sutura na junção entre a parte interna dos lábios e as gengivas.

 

Toxina botulínica

O bloqueio muscular temporário é outra alternativa para reduzir a mobilidade excessiva dos lábios que expõem, de forma excessiva, as gengivas. É um procedimento rápido e prático, com duração de alguns meses. O ponto negativo é o estranhamento estético ao sorrir ou falar, frequentemente relatado pelos pacientes submetidos a esta técnica.

 

Laminados cerâmicos

Nos casos mais severos de sorriso gengival, em que as gengivas aparecem de forma excessiva ao sorrir ou falar, a remoção de alguns milímetros do osso sobre as raízes dentária pode ser necessária. E para recobrir estas áreas sensíveis, o revestimento estético com laminados cerâmicos do tipo lente de contato dental e facetas de porcelana são tratamentos complementares perfeitos para as transformações de impacto do sorriso.

 

Saiba mais sobre o tratamento do sorriso gengival clicando aqui.

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