Próteses dentárias fixas estão com novas técnicas e porcelanas.
Conheça neste post as novas tecnologias e porcelanas que reduziram o número de consultas e elevaram os resultados estéticos dos tratamentos dentários com próteses dentárias fixas.
Por Luís Gustavo Leite, dentista graduado e especializado em próteses dentárias pela Ufrgs, em Porto Alegre.
As exigências estéticas nos tratamentos odontológicos são cada vez mais elevadas. Cores mais realistas, transparências e diversos detalhes ópticos precisam ser reproduzidos à perfeição para satisfazer mesmo a pacientes não tão exigentes com os resultados. Porém, indo na contra-mão de tanta exigência, vêm a surpresa: a maior parte dos tratamentos com próteses dentárias em porcelana ainda utiliza um técnica obsoleta e limitada. Já é hora de você conhecer um pouco mais sobre o assunto.
Prótese fixa metalocerâmica, a técnica mais utilizada já não atende às exigências estéticas atuais.
As próteses metalocerâmicas são construídas com dois materiais. Enquanto a externa é revestida com porcelana, a interna é constituída por uma estrutura em metal para conferir a resistência e durabilidade ao dispositivo protético. Essas estruturas metálicas, entretanto, tendem a acinzentar o resultado final do tratamento e ainda trazem risco elevado para o aparecimento de manchas escuras nas gengivas. E como se não bastasse, 20% dos pacientes mulheres desenvolvem algum tipo de alergia aos metais utilizados no tratamento.
Veja os problemas mais comuns da técnica metalocerâmica para tratamento com prótese dentária fixa em porcelana:
✓ provoca alergias gengivais em 20% das mulheres;dificuldade para reproduzir cores claras;
✓ podem escurcer as bordas das gengivas;
✓ necessitam ser trocadas por problemas de retração gengival;
✓ é a técnica mais associada à retração das gengivas;
✓ dificuldade para harmonizar a técnica com lentes de contato dental e facetas.
A evolução para as próteses dentárias fixas com porcelana pura.
No final dos anos 80 são introduzidos – e até com certa descrição – materiais e equipamentos laboratoriais para a produção de próteses dentárias em porcelana sem estruturas em metal na parte interna. A ideia era substituir a estrutura interna por metal por outros materiais que simulassem as mesmas cores dos dentes e ainda pudessem entregar as mesmas propriedades de resistência e durabilidade que até então apenas o metal oferecia. A alumina e zircônia foram esses primeiros materiais introduzidos, e ainda hoje são amplamente utilizados para situações específicas – principalmente a zircônia.
E a odontologia estética conheceu, a partir daí, a sua segunda grande revolução, e talvez até mais importante do que a primeira, quando as primeiras resinas odontológicas para as restaurações dentárias apareceram e trouxeram alívio estético para os indivíduos com restaurações em dentes anteriores.
As próteses dentárias fixas com porcelana que trocaram o metal por estruturas com cores estéticas, entretanto, só estavam disponíveis em raríssimos serviços de odontologia particular. Um número maior de soluções de cores e transparências podia ser utilizado e empregado em situações aonde as próteses fixas convencionais não produziam resultados satisfatórios, mas, passados anos e anos, ainda continuavam raros a utilização desses dispositivos nos tratamentos dentários com próteses dentárias fixas com porcelana.
As bordas das próteses com alumina ou zircônia também traziam outra grande vantagem: eram incrivelmente finas e difíceis de serem diferenciadas da própria estrutura dentária. A retração gengival, situação comum à maior parte dos pacientes, não significava mais a necessidade de substituição imediata como as próteses fixas com metal. Era uma nova técnica e uma nova era, porém os custos tornavam os tratamentos com as próteses com porcelana sem metal um procedimento exótico, realizados apenas por pacientes que podiam arcar com os altos custos e preços elevados desses materiais.
Nos últimos anos novas técnicas e novas porcelanas revolucionaram ainda mais a forma como fazemos as próteses dentárias fixas ao eliminar mesmo as estruturas internas estéticas com alumina ou zircônia. Pode ser difícil explicar, até mesmo para dentistas, o quanto essas novas próteses dentárias fixas são superiores a todas as demais técnicas. Porém, uma simples visualização das próteses dentárias fixas em porcelana pura é suficiente para entender o quanto cores e transparências antes impossíveis de serem imitadas agora estão disponíveis para os casos mais desafiadores de reconstrução de dentes e sorrisos.
A evolução introduzida pelas próteses dentárias fixas com porcelana pura foi a introdução de cerâmicas (porcelanas) com resistência suficiente para resistir às forças elevadas de compressão e cisalhamento. Exceto para os casos severos de bruxismo, – que dispendem forças compressivas tão fortes que podem provocar fraturas intensas às próteses dentárias fixas com porcelana -, todas as necessidades estéticas, mesmo em dentes anteriores, podem ser supridas com a técnica. Um avanço que trouxe muitos pacientes aos consultórios odontológicos para a correção de detalhes antes impossíveis de serem construídos.
Outra aplicação dessas novas porcelanas para próteses fixas é a sua utilização nos tratamentos de transformação estética com lâminas e facetas em porcelana, transformando-se em um material único que consegue atender a todas às necessidades de estéticas e de resistência imprescindíveis aos tratamentos com alta exigência estética – um novo patamar nos tratamentos odontológicos com modificações mais marcantes.
Novas técnicas: personalizações que simulam os detalhes mais difíceis.
O detalhamento das propriedades como a transparência e imitação de manchas, trincas e pigmentações personalizações são mais fáceis de serem obtidas com as recém lançadas porcelanas puras ( verdadeiras ). A pintura final pode ser feita com a prótese colocada em posição, depois levada para um forno cerâmico que, à temperaturas de 960 graus, fixam os detalhes com efeitos de profundidade não conseguidos com as técnicas com zircônia ou metalocerâmicas. Essas próteses são tão transparentes que o cimento utilizado para fixá-las definitivamente – resinas dentárias fluídas – possuem cores que acompanham a cores utilizadas no tratamento para não interferir no resultado final desses tratamentos.
Uma outra variação dessas novas porcelanas é utilizada em uma nova técnica de correção de forma nos dentes anteriores, derivadas das lâminas e facetas em porcelana.
Nessa técnica apenas a parte do dente que necessita de correção recebe um fragmento de porcelana – fragmento cerâmico. Além de evitar o desgaste de partes desnecessárias dos dentes para correções específicas, essas porcelanas permitem todo o acabamento final realizado após a colagem definitiva desses fragmentos sobre os dentes. As porcelanas anteriores necessitam de queimas para conseguir o acabamento final que, se necessitarem de ajustes finais, devem retornar novamente ao forno. As novas porcelanas dispensam o uso de fornos a latas temperaturas para o acabamento final. Uma revolução.
Um tratamento mais rápido, confortável e com resultados estéticos superiores.
As novas porcelanas puras, além da sensível melhora nas suas propriedades ópticas como cores, transparências e luminescências, necessitam de um número menor de consultas, tanto para os tratamentos com próteses dentárias fixas quanto para as lâminas e facetas em porcelana.
Dependendo ainda da técnica e dos materiais de moldagem e acabamento final que o dentista utiliza, a maioria dos tratamentos com porcelanas puras pode ser realizada em apenas 2 consultas – o tratamento com porcelanas sobre estrutura estética com zircônia, por exemplo, necessita de 3 a 4 consultas, e pode ainda necessitar de consultas adicionais porque o acerto de cores com essa técnica é mais difícil de ser obtida quando comparada com as novas porcelanas.
O tratamento com as novas porcelanas traz ainda outros confortos aos pacientes, como a utilização de próteses provisórias com melhor estética e resistência, e de uso único – só podem ser removidas apenas uma vez. Outra característica das novas porcelanas é o recuso de alteração das cores e simulação de detalhes como pequenas fissuras de esmaltes ou manchas e que podem ser alteradas pelo dentista em consultório – característica que requer equipamento específico para consultório.
As novas técnicas com porcelanas puras trazem conforto e resultados melhores aos pacientes e facilitam a facilitam – e muito ! – a vida dos dentistas, e os custos envolvidos no seu tratamentos não são tão mais elevados do que os materiais e técnicas envolvidos na confecção de próteses dentárias fixas com porcelana convencional ou sobre estrutura estética.
Eliminando o problema da troca de próteses por retrações em gengivas.
As novas porcelanas são resistentes, mas as características mais importantes delas são as estéticas. Os pontos de adaptação da prótese dentária fixa com o dente ( borda da prótese ) são extremamente finos e, estando na mesma cor do dente, são difíceis de serem detectados. Isso é importante porque as recessões gengivais, retrações fisiológicas da gengiva presentes na maioria dos pacientes ao longo dos anos, expõem as bordas dessas próteses dentárias.
Se a borda é imperceptível não há necessidade de substituição da prótese por problemas estéticas, o que não acontece com as próteses metalocerâmicas ou com bordas em zircônia. É um economia para o paciente não precisar trocar, futuramente, qualquer tipo de prótese dentária fixa com porcelana.
Ainda não sabemos quais serão as próximas características ópticas ou de resistências que chegarão com as próximas gerações de porcelanas. O que temos, hoje, são porcelanas com todas as características pelas quais sempre esperamos encontrar para as próteses dentárias fixas utilizadas nos tratamentos odontológicos com alto envolvimento estético. Até porque, nos dias atuais, todos os tratamentos odontológicos são tratamentos com alto envolvimento estético.
Saiba mais sobre prótese dentária fixa em porcelana:
Voltar para o blog