FAQ

Tratamento da periodontite agressiva

Informações iniciais


1. O que é periodontite agressiva?

É uma infecção rara e agressiva nas estruturas de suporte dos dentes (gengivas, ligamento periodontal e osso) que promove a rápida e quase sempre irreversível perda de inserção das raízes a estas estruturas.

2. Quais são as causas desta doença?

São várias e com atuação concomitante (multifatorial), em que componentes hereditários e presença de placa bacteriana com alto poder de causar doenças gengivais são essenciais.

3. Este tipo de infecção gengival acomete indivíduos em qualquer idade?

Na verdade, indivíduos abaixo dos 35 anos correspondem à quase totalidade dos casos da doença. E, entre eles, a faixa que vai entre os 13-14 anos até 25 anos de idade é a mais prevalente – não à toa, essa doença das estruturas de suporte das raízes era chamada de periodontite juvenil.

4. Quais são os sinais e sintomas da doença?

Sangramento e inchaço das gengivas e dor são os sinais e sintomas mais comuns. Entretanto, nem sempre todos eles podem ser observados durante a ação da doença. Em muitas situações, apenas o sangramento excessivo das gengivas pode ser notado, sendo que a doença é descoberta somente depois da perda extensa de osso e gengiva ao redor dos dentes.

5. Como é feito o diagnóstico da doença?

O primeiro passo é identificar a existência de doenças sistêmicas que podem afetar as gengivas e osso de suporte, como diabetes, leucemia e infecção por HIV. Se inexistentes, o dentista parte para examinar a profundidade das gengivas e realizar exames radiográficos detalhados. Por fim, é investigada a ocorrência da doença entre familiares, um fator importante para confirmar o diagnóstico da periodontite agressiva e diferenciá-la de outras doenças gengivais com sinais e sintomas semelhantes.

6. A falta de escovação dos dentes pode ser a causa principal para a doença?

Pouco provável. Apesar da presença de placa bacteriana ser um fator indispensável para o aparecimento da infecção, uma das características da periodontite agressiva é que ela aparece mesmo na presença de quantidades mínimas da placa bacteriana. Assim, apenas o acúmulo de placa bacteriana junto às gengivas é pouco para provocar danos ao osso e gengiva tão rápidos e agressivos.

7. Quais são as diferenças entre periodontite agressiva e periodontite de progressão lenta (crônica)?

A velocidade de progressão da destruição óssea e perda de inserção gengival (retração) e a alta incidência em indivíduos jovens.

8. Qual é o risco para perdas dentárias decorrentes deste tipo de doença?

Elevados quando a doença não é diagnosticada nos estágios iniciais da infecção ou não tratada de forma conveniente.

9. A periodontite agressiva atinge a todos os dentes?

Nem sempre. Existem dois tipos de periodontite agressiva: o primeiro acomete poucos dentes, sendo os molares e incisivos os únicos a sofrerem com o problema. Já o segundo, que acomete indivíduos até os 30-35 anos, todos os dentes podem apresentar destruições ósseas e perda de inserção gengival.

10. A periodontite agressiva acomete apenas pacientes jovens, portanto?

Preponderantemente até indivíduos entre 30-35 anos, mas já foram detectados sinais da doença em indivíduos em faixas mais elevadas de idade e em crianças.

11. Tenho vários dentes com gengivas retraídas. Posso estar com o problema?

A retração gengival é um problema comum na maioria dos indivíduos acimas dos 30 anos de idade, e pode ser que a condição seja o sinal de doença periodontal de avanço crônico ou traumas às gengivas por força excessiva durante a escovação dos dentes – situações que também exigem tratamentos específicos.

12. A periodontite agressiva é hereditária. Quais são as implicações disso?

Aconselha-se que todos os familiares de pacientes atingidos pela doença sejam submetidos a exames periodontais detalhados para verificar a saúde dos tecidos gengivais e sinais de perdas ósseas ao redor das raízes dentárias.

13. Como é o tratamento da periodontite agressiva?

O tratamento consiste na instrução para controle efetivo da placa bacteriana, raspagem e alisamento mecânico dos dentes acometidos pela doença para eliminar bactérias e tecidos infectados e a administração de antibióticos e agentes químicos controladores de placa bacteriana.

14. Quantos dias duram o tratamento?

O tratamento precisa ser rápido e com consultas intervaladas, no máximo, em 2 dias, para que todos os procedimentos odontológicos sejam realizados durante a janela de cobertura antibiótica (7 a 10 dias).

15. O tratamento é definitivo?

Nem sempre. Uma nova reavaliação da saúde periodontal é realizada 4-6 semanas após o término do tratamento. Dependendo da resposta do organismo ao tratamento, pode ser necessária uma nova intervenção mecânico-antibiótica para retratar o problema, que pode aparecer mesmo após a remoção mecânica completa da placa bacteriana e tecidos necróticos localizados profundamente às gengivas.

16. O tratamento dói?

Não, mas pode haver desconforto por até 12 horas após a realização dos procedimentos, facilmente administrável por analgésicos simples.

17. Que tipos de antibióticos são utilizados durante o tratamento?

Atualmente, o protocolo antibiótico preconiza o uso concomitante de metronidazol e amoxicilina por 7 dias. Entretanto, tetraciclinas e clindamicinas podem ser utilizadas para o tratamento de pacientes alérgicos a determinados tipos de antibióticos.

18. Que tipos de sequelas podem aparecer ao final do tratamento?

Perda óssea marginal definitiva, retração das gengivas e, momentaneamente, sensibilidade dental nas raízes raspadas.

19. Dá para recuperar a retração gengival decorrente da periodontite agressiva?

Dependendo do local e extensão da recessão gengival, o tratamento cirúrgico regenerativo pode recuperar o osso e gengivas perdidos pela infecção gengival.

20. A periodontite agressiva pode aparecer em crianças?

Sim, embora esta seja uma condição ainda mais rara que a própria periodontite de progressão rápida.

21. A doença é contagiosa?

Embora infecciosa, a periodontite de progressão rápida não é contagiosa e não é transmitida pelo contato direto por saliva.

22. Qual é a relação da doença com a gengivite?

Ao contrário do que ocorre com a periodontite crônica, a gengivite pode não ser um estágio inicial (perceptível) para a periodontite de progressão rápida, apesar de necessária ao aparecimento da periodontite agressiva.

23. Precisarei modificar meus hábitos de escovação após o tratamento?

Depende da capacidade para remover placa bacteriana ou presença de áreas retentivas à mesma pela alteração da anatomia óssea e gengival nos locais atingidos pela doença, pode ser necessário adotar técnicas e dispositivos de higiene acessórios para a prevenção e manutenção da saúde das gengivas.

24. O tratamento dá certo em todas as ocasiões?

Nem sempre. Em algumas situações, o retratamento pode ser necessário para eliminar a infecção por completo, uma condição que depende da susceptibilidade individual dos indivíduos ao aparecimento da doença e à intensidade (velocidade de progressão) com que ela atinge as estruturas de suporte das raízes dentárias.

25. É preciso realizar algum tipo de cirurgia gengival durante o tratamento?

Depende. Em algumas situações, o acesso para a remoção da placa bacteriana está em regiões muito profundas ou de difícil acesso por técnicas convencionais para a remoção mecânica do aglomerado bacteriano. Nestas condições, faz-se necessário o acesso direto cirúrgico.