Substituir a ponte móvel por implantes é simples e essencial para a saúde.
Substituir ponte móveis por próteses fixas sobre implantes dentários é um tratamento simples e essencial para uma vida com mais qualidade. Não deixe que o medo e o constrangimento sejam motivos para mantê-lo preso a uma vida com limitações estéticas e de mastigação.
Por Luís Gustavo Morato Leite, dentista graduado e especializado em próteses dentárias pela Ufrgs, em Porto Alegre.
Ponte móvel, uma situação limitante, comum e que traz problemas à saúde.
Repor dentes perdidos e recuperar a estética do sorriso são preocupações tão antigas quanto a história humana. Artefatos protéticos de todo tipo, com milhares de anos, são exibidos em museus do mundo inteiro. E a ideia é quase sempre a mesma: um dispositivo removível prende-se aos dentes remanescentes, repondo – ao menos tentando – o visual. Mas o que mais surpreende nisso tudo é outra coisa: a técnica mais comum para repor um ou mais dentes, nos dias atuais, ainda é bastante semelhante a esses artefatos históricos. Trata-se da a ponte móvel, técnica de prótese removível ainda muito popular.
São os muitos os motivos que justificam tamanha longevidade das prótese removíveis. Um deles é a excelente capacidade humana de se adaptar a situações desconfortáveis. Medo, insegurança e desinformação são outros fatores que para a eliminação definitiva das pontes removíveis ainda esteja longe. E, em situações mais extremas, o constrangimento da própria situação do paciente frente ao dentista. Motivos, infelizmente, que contribuem para que outros problemas de saúde oral e geral apareçam.
Entendendo porque as pontes móveis são incompatíveis com a saúde e estética oral.
A expectativa de vida média da população mundial aumenta de forma quase linear desde o início do século XX. No Brasil, já é de 75,5 anos (2015, segundo o governo federal). A ponte móvel, ou prótese removível, na técnica e materiais como é confeccionada ainda nos dias atuais, é um dispositivo protético introduzido na longínqua década de 40, época em que a expectativa brasileira era de 45 anos. Considerando-se ainda as limitações técnicas da odontologia nesse período, o tratamento com prótese dentária removível fazia sentido e trazia mais benefícios do que problemas à saúde geral dos indivíduos.
Nos dias atuais, a ponte móvel perdeu o sentido de utilidade e compatibilidade com a saúde oral dos indivíduos. As limitações financeiras, por ora, são as únicas justificas para a utilização das próteses removíveis. Algumas situações provisórias ou muito restritas ainda podem indicar o uso de prótese removível, em situações muito restritas e raras.
É importante entender que o avanço da idade diminui a capacidade de adaptação e convivência dos pacientes com a ponte móvel – justamente o período da vida mais dependente da qualidade de mastigação dada a diminuição da capacidade muscular de mastigação e absorção de nutrientes. Trocá-las antecipadamente melhora a qualidade vida nos pacientes idosos.
Veja abaixo alguns dos problemas à saúde oral e geral provocado pelo uso de prótese removível, independente da idade do portador.
• grampos metálicos que comprometem a estética
Próteses dentárias removíveis são pouco estéticas. E o problema não se deve apenas ao grampos metálicos tão característicos destes dispositivos. As resinas utilizadas nos dentes dessas próteses também colaboram para resultados pouco harmônicos e pouco naturais.
• danos aos dentes de suporte
Fraturas dentárias são alguns dos exemplos de danos aos dentes devido aos grampos metálicos que suportam as ponte móveis. Gengivites e periodontites frequentemente estão presentes dada a dificuldade de remoção das próteses removíveis em locais públicos para a escovação adequada dos dentes. Doenças geradas pelo constrangimento típico de higienização da prótese removível.
• perdas ósseas
As perdas ósseas nas regiões de dentes perdidos são progressivas e acompanham a vida dos indivíduos. A demora em procurar por tratamentos dentários com implantes ósseo-integrados contribuem para aumentar essas perdas e podem exigir enxertos ósseos para viabilizar a instalação dos implantes dentários. Sinônimo de tempo e custos extras.
• mastigação deficiente
Pontes removíveis impossibilitam uma mastigação vigorosa e eficiente. E o problema só aumenta com o passar dos anos. De problemas gástricos a hipovitaminoses, as consequências de pontes desadaptadas e com dentes desgastados vão além dos problemas dentários.
• dificuldade de fonação
A dificuldade para falar corretamente pode acompanhar a vida de alguns pacientes portadores de próteses removíveis, atrapalhando momentos especiais e profissionais.
• problemas gástricos e hipovitaminoses
A baixa eficiência mastigatória das próteses é uma das causas para a eliminação de alimentos dura da dieta. Entre eles estão carnes, cereais, frutas e vegetas crus, fontes essenciais de proteínas e vitaminas cujas ausências contribuem para doenças sistêmicas e hipovitaminoses. Por outro lado, a ingestão de alimentos mal triturados pode dar origem para problemas gástricos. Não é fácil a vida dos pacientes com próteses removíveis!
• risco de câncer bucal
A mucosa é um tecido que não lida bem com traumas provocados por estruturas duras – como é o caso da ponte móvel (prótese removível). E a desadaptação da próteses, situação comum às próteses antigas e com pequenas áreas danificadas, aumenta o risco para o câncer bucal pelo aumento da frequência de choques entre prótese e mucosa.
• inflamações crônicas na mucosa e gengiva
Gengiva e mucosas avermelhadas e inchadas são algumas das características encontradas sob as bases da próteses na técnica com ponte removível. A infecção por fungos encontrada na candidíase quase sempre acompanham mucosas e gengivas em pacientes portadores de pontes antigas e mal adaptadas.
Continue utilizando sua ponte móvel até que o tratamento com implantes dentários esteja concluído.
Entre as maiores preocupações dos pacientes portadores de próteses removíveis que desejam substituí-las por próteses sobre implantes dentários estão as dificuldades de mastigação durante o tratamento.
De fato, na maioria das vezes é necessário que o paciente aguarde alguns meses, após a cirurgia de instalação dos implantes, até que as próteses fixas possam ser confeccionadas com segurança. A boa notícia, entretanto, é que, na maioria dos casos, o paciente continua utilizando a sua própria ponte móvel, de mesmo jeito que já a vinha utilizando, sem problemas de mastigação ou fonação.
O tempo ideal para trocar ou substituir a sua ponte móvel é de 4 em 4 anos.
O erro mais comum no uso da ponte móvel, ou prótese parcial removível, é o uso contínuo do dispositivo por anos a fio, quando o período máximo de utilização desses dispositivos são quatro anos, tempo médio de desadaptação entre a base da prótese e a gengiva e osso de suporte. Após esse período, é provável que a gengiva dê início um processo inflamatório crônico. E o resultado desse processo é o aumento da velocidade de reabsorção óssea – o que dificulta na instalação futura do implante dentário.
Adiantar a substituição da ponte móvel previne perdas ósseas no local de instalação dos implantes dentários.
O tempo entre a perda dentária e a instalação do implante é um fator crucial para o sucesso do tratamento. Isso pode ser observado porque imediatamente após a extração do dente tem início o processo de reabsorção do osso no local das raiz dentária removida.
Embora mais rápido nos primeiros meses, esse processo continua reabsorvendo o osso nos anos seguintes à remoção do dente. Um exemplo comum desse problema é frequentemente encontrado em pacientes cujas perdas dentárias já passam de dez anos, implicando, na maioria dos casos, na realização de procedimentos para enxertia óssea.
Desgastar dentes naturais ou partir para implantes dentários. Qual o tratamento mais indicado?
As próteses dentárias fixas podem ser presas tanto sobre dentes naturais (raízes) quanto sobre implantes dentários. A indicação correta da técnica que substituirá a ponte removível por prótese fixa depende de alguns exames clínicos e radiográficos. Não é objetivo deste post aprofundar o entendimento dessas diferenças, porém é importante saber que, independente da técnica planejada, excelentes técnicas eficientes para a maioria dos tratamentos de substituição de pontes removíveis velhas.
Enxertos ósseos: corrigindo os problemas de falta de osso e gengiva em regiões anteriores e estéticas.
As regiões anteriores das arcadas estão entre as mais prejudicadas pelo uso das próteses dentárias removíveis. Nesse local o processo de reabsorção óssea pós perdas dentárias é mais intenso que em outras áreas – como na região de molares. E é exatamente na região anterior que as exigências estéticas para recompor dentes e gengiva perdidas são maiores.
Os desafios estéticos dos tratamentos de reconstrução do ósseo e gengiva reabsorvidos podem assustar muitos pacientes nas consultas iniciais. Enquanto para alguns deles as perdas ósseas são mínimas, para outros quantidades consideráveis de osso e gengival perdidos pelas ausências dentárias exigem tratamentos mais complexos.
A quantidade de exposição da gengivas ao sorrir e falar é outra empreitada que exige uma abordagem mais dedicada, já que os procedimentos de enxertos de osso e gengiva são essenciais para o suporte dos implantes dentários e reconstrução das bordas gengivais .
A técnica mais comum para regiões anteriores é o enxerto de osso coletado do próprio indivíduo, em regiões próximas ao local da cirurgia. Mais eficaz do que as técnicas com osso natural liofilizado ou artificial, recupera a altura e largura óssea perdidos após as extrações dentárias. E quando a reconstrução exige apenas a recomposição da gengiva, o procedimento é ainda mais simples.
Próteses fixas sobre dentes combinados com implantes dentários trazem resultados marcantes.
Substituir ou trocar pontes móveis por próteses dentárias podem exigir a combinação de duas ou mais técnicas odontológicas para que resultados do tratamento sejam eficientes e harmônicos. E o entendimento das deficiências de mastigação e recomposição estética produzidas na técnica com ponte móvel é um passo importante na busca pelo tratamento dentário.
O tratamento mais comum, hoje em dia, combina próteses em porcelana fixadas sobre dentes naturais com próteses fixadas a implantes dentários. E, na maioria das vezes, individualizados dentes por dente para que o resultado fique próximo aos dentes naturais.
Exames, procedimentos e tempo de tratamento.
O tempo e número de consultas no tratamento para trocar e substituir a ponte móvel por implantes dentários dependem das condições de saúde local e geral do paciente. Além disso, o número de dentes ausentes e as necessidades de enxertos ósseos também contribuem para que o tratamento seja mais rápido e demorado.
Tratamentos com implantes dentários não são rápidos, e podem levar de 4 a 5 meses para os casos sem necessidades de enxertos ósseos ou até 12 meses para os casos de áreas extensas com enxertos ósseos. O fato é que, de qualquer forma, os tratamentos com implantes dentários exigem paciência por parte do paciente para que o dentista acerte todos os detalhes necessários a esse tipo de tratamento.
Os exames mais solicitados são as tomografias específicas para tratamentos com implantes dentários. Além de precisas, não custam caro e permitem ao dentista planejar, com boa margem de segurança, o tratamento. Exames de sangue prévios às cirurgias para instalação de implantes dentários também são importantes para evitar surpresas no processo de integração óssea e cicatrização gengival.
O importante para os indivíduos interessados em trocar a sua prótese removível por implantes dentários é que todo o tratamento pode, para a maioria das situações, ser feito com o paciente utilizando a própria ponte móvel, sem que ninguém saiba ou desconfie dos procedimentos odontológicos que estão acontecendo. E isso pode ser um fator decisivo para muitos pacientes que necessitam desses tratamentos.
Saiba mais sobre próteses fixas:
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