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Luis Gustavo Morato Leite

Trocar restauração dentária por resina ou porcelana? Saiba escolher.


Ao trocar restaurações dentárias por materiais mais estéticos e resistentes, como a resina ou a porcelana, a escolha do melhor material pode ser complicada para o paciente em tratamento. E para ajudar, elaboramos uma post que explica quando e por que trocar restaurações dentárias, os melhores materiais em 2024, como escolher entre resinas e porcelanas e outras informações essenciais.

 

Luís Gustavo Leite é dentista especialista em periodontia e próteses dentárias, e dedica-se aos tratamentos com restaurações dentárias em resina ou porcelana, em Porto Alegre.

 

 

Até pouco tempo atrás, um dos procedimentos dentários mais comuns era a substituição de restaurações dentárias em metal (amálgama) por resinas, materiais mais estéticos e biocompatíveis. Apesar da lógica para estas trocas, principalmente estéticas, o problema era que as resinas antigas utilizadas eram pouco resistentes, resultando em fraturas e desgastes rápidos que estavam por trás até mesmo do desalinhamento dos dentes e retrações de gengivas.

 

Atualmente, os novos materiais disponíveis, como resinas reforçadas com cerâmica, porcelanas e zircônia, permitem trocas de restaurações mais duráveis e estéticas. Ainda assim, é preciso saber quando e por que utilizar cada uma, evitando frustrações com os resultados finais do tratamento.

 

 

Quando e por que trocar a restauração dentária.

 

A troca da restauração dentária pode ocorrer por vários motivos e situações. Veja quando e por que trocar restaurações dentárias antigas em metal ou resina:

 

desgastes e desalinhamento dos dentes

Desgastes em restaurações dentárias, em resina ou metal, são causas para desalinhamentos dos dentes e exposição da raiz dentária, causando sensibilidade dentinária e retração gengival. 

 

estética deficiente

Restaurações antigas de resina rapidamente escurecem, mancham e ficam opacas. E, em quase todos os casos, produzem linhas escuras entre as bordas das restaurações e os dentes, trazendo déficits estéticos no sorriso.

 

fraturas

Restaurações fraturadas estão por trás de infiltrações por cárie dentária e ainda reduzem a solidez estrutural do dente, trazendo riscos para fraturas dentárias.

 

reações alérgicas

Os metais presentes nas restaurações dentárias de amálgama, que contém prata e o mercúrio, podem estar por trás de reações alérgicas em gengivas e mucosas.

 

bruxismo

O bruxismo traz risco elevado para desgastes de dentes e restaurações dentárias antigas, o que pode exigir o uso de materiais mais resistentes como a porcelana ou a zircônia.

 

Dentes após a remoção de restaurações dentárias antigas em amálgama.

 

 

A troca da restauração dentária remove um pouco da estrutura dentária?

 

Sim. O procedimento para trocar a restauração dentária exige, independente do material existente, a remoção de uma delicada camada de esmalte ou dentina localizada abaixo da restauração dentária presente. 

 

Esta remoção é necessária para garantir que a nova restauração seja unida apenas à superfície dentária limpa. A união de restaurações novas em resina à restaurações antigas é fraca, e uma das causas para fraturas frequentes e infiltrações por cárie dentária.

 

 

Os melhores materiais em 2024 para restaurantes dentárias.

 

A qualidade do material utilizado nas restaurações dentárias proporciona resultados estéticos melhorados e maior resistência a desgates e fraturas. Veja os materiais mais indicados, em 2024, para trocar restaurações dentárias antigas ou fraturadas.

 

resina reforçada com cerâmica (porcelana)

As resinas reforçadas por cerâmica (porcelana) são mais resistes e mais estéticas, proporcionando cores e efeitos ópticos mais naturais. Feitas em uma única consulta, não amarelam ou mancham rapidamente como as resinas comuns. Não à toa, a resina reforçada com cerâmica é o material utilizado nas transformações do sorriso com facetas de resina ou lentes de contato dental em resina.

 

cerâmica (porcelana)

A cerâmica odontológica, popularmente conhecida como porcelana, é o material mais estético disponível para restaurantes dentárias. Super resistentes e duráveis, são indicada para restaurações extensas em dentes posteriores, nas técnicas indiretas do tipo on-lay ou over-lay, ou ainda coroas em porcelana pura. Em dentes anteriores, são utilizadas nas técnicas com facetas de porcelana ou lentes de contato dental.

 

zircônia

A zircônia é uma alternativa, com preço mais em conta, à cerâmica. Super resistentes, elas trazem estética inferior à porcelana e à resina, motivo pelo qual são indicadas apenas para dentes posteriores.

 

 

Resina ou porcelana? Veja como escolher o material da restauração dentária.

 

Ao trocar a restauração dentária, a escolha entre resina ou porcelana é etapa importante do tratamento. Em algumas situações, a escolha é estratégica, ou seja, um material oferece mais resistência ou durabilidade que o outro. Em outras, a escolha é financeira, já que os preços podem ser bastante discrepantes.

 

Localização:

As resinas são indicada para pequenas restaurações em dentes anteriores; quando em dentes posteriores, em restaurações de até 20% da estrutura dentária. Já a porcelana, por sua vez, é indicada para restaurações extensas, tando em dentes anteriores, nas técnicas com facetas dentárias, quanto posteriores, nas técnicas com restauração em bloco do tipo on-lay ou over-lay.

 

Preço:

As resinas atualmente disponíveis apresentam variações de preços, conforme a qualidade. Resinas reforçadas com cerâmica são mais caras, mas oferecem resultados estéticos e de durabilidade superiores. Já  as restaurações cerâmicas podem custar até 5X o valor de uma restauração de resina reforçada com cerâmica.

 

Resistência e durabilidade:

A cerâmica (porcelana) e a zircônia são materiais com durabilidade e resistência superiores. Mas tudo depende do uso correto de cada material, já que as resinas reforçadas podem ser tão duráveis quanto as cerâmicas quando utilizadas nas situações corretas.

 

Resultados Estéticos

Os resultados estéticos das novas resinas reforçadas com cerâmica são bastante próximos das cerâmicas (porcelanas). Já as resinas convencionais e zircônia proporcionam cores e efeitos menos naturais, e só devem ser utilizados em dentes posteriores.

 

 

Restauração dentária em resina com cerâmica reforçada, em restauração extensa em dentes anteriores.

 

Pequenas e médias restaurações: resinas reforçadas em cerâmica ou blocos de porcelana (on-lay).

 

Nas trocas de pequenas e médias restaurações dentárias, com extensão máxima de 40% da estrutura dentária, são duas as melhores escolhas. Nas pequenas restaurações, as resinas reforçadas com cerâmica são as mais indicadas. Utilizadas nestas condições, são tão estéticas e duráveis quanto às restaurações do tipo bloco de porcelana.

 

Nas substituições de restaurações de média extensão (20 a 40% da estrutura dentária), a melhor escolha são as restaurações em bloco de porcelana (cerâmica), nas técnicas onlay (cavidades) ou over-lay (recobrimentos extensos).

 

 

Restaurações extensas em dentes anteriores: faceta de porcelana e lente de contato dental podem ser a melhor opção.

 

Em dentes anteriores com áreas extensas a serem restauradas, as técnicas com facetas de porcelana ou lentes de contato dental são as melhores opções, já que trazem resultados estéticos e durabilidade superior superiores, e sem riscos para amarelamento ou manchamentos ao longo dos anos.

 

O tratamento para trocar restaurações dentárias antigas por facetas e lentes de contato dental exigem entre duas a quatro consultas. Tudo depende do número de dentes envolvidos e dos desafios estéticos.

 

Prepare-se para o período com provisórios em resina, que podem exigir até 7 dias de cuidados com a alimentação enquanto as lâminas de porcelana são confeccionadas no laboratório de prótese dentária.

 

Restauração dentária em bloco de porcelana é uma técnica indireta para trocar restaurações dentárias antigas e extensas, em dentes posteriores.

 

 

Restaurações extensas em dentes posteriores: a coroa de porcelana pura pode ser a melhor solução.

 

Restaurações dentárias extensas e desgastadas, que constituem mais de 50% da estrutura dentária, distribuem desproporcionalmente a força mastigatória sobre os dentes, trazendo riscos para fraturas dentárias.

 

Nestes casos, o mais indicado é o tratamento com coroa de porcelana pura, que recobre toda a superfície visível do dente e adapta-se biologicamente às gengivas. Confeccionada com materiais semelhantes aos utilizados em facetas de porcelana e lentes de contato dental, ela oferece resistência e estética incomparáveis nas restaurações super extensas em dentes posteriores.

 

 

Técnicas diretas ou indiretas: veja com são trocadas as restaurações dentárias.

 

Existem duas técnicas para trocar restaurações dentárias: diretas e indiretas.

 

A técnica direta troca a restauração dentária antiga em uma única consulta. É a restauração dentária em resina, que é confeccionada diretamente pelo dentista na nova cavidade, após a remoção da restauração dentária antiga.

 

Já a técnica indireta, que recebe este nome porque a restauração não é confeccionada diretamente sobre o dente, exige moldagens dentárias, a confecção de provisórios e o uso de um laboratório de prótese dentária. 

 

O tratamento todo pode exigir até 7 dias para ficar pronto, e é utilizado nas técnicas indiretas com restauração em blocos on-lay e over-lay, faceta de porcelana, lente de contato dental e coroa em porcelana pura (prótese dentária fixa).

 

 

Prevenção: os cuidados com as restaurações dentárias durarem muito.

 

As restaurações dentárias são cada vez mais resistentes e duráveis. Mas para que elas permanecem sempre estéticas e íntegras, sem riscos para problemas como infiltrações por cáries dentárias ou fraturas, alguns cuidados simples precisam ser adotados, como:

 

adotar hábitos eficientes de higiene oral, como uso diário de fio dental e escova interdental;

 

evitar uso de pastas de dente abrasivas, que deixam opacas as restaurações dentárias;

 

eliminar hábitos parafuncionais, como roer unhas e morder pequenos objetos;

 

utilizar placas de bruxismo, nos indivíduos com diagnóstico do distúrbio;

 

trocar restaurações com pequenas fraturas assim que detectadas;

 

consulta semestral de revisão no dentista.

 

 

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