Odores desagradáveis emitidos a partir da cavidade oral ou respiração fazem parte da halitose (mau hálito), um problema que causa constrangimentos e quase nunca é acompanhado por tratamento. Atingindo 25% dos indivíduos acima dos 65 anos de idade, a alteração do hálito passa despercebida pela maioria das pessoas afetadas pela condição, um problema que pode estar associado a até mesmo doenças graves.
O tratamento da halitose efetuado pelo dentista pode, na maioria das vezes, resolver por completo o problema. E o melhor é que os procedimentos para combater o mau hálito são simples: exames clínicos da saúde de dentes e gengivas, avaliações bacteriológicas, de fluxo salivar e de dieta já são suficientes para combater os odores desagradáveis emitidos ao falar ou até mesmo respirar. Motivos e recursos para tratar a halitose não faltam.
Na maioria das vezes, o mau hálito não é identificado por quem o possui – apesar da facilidade para o diagnóstico da halitose. Testes simples, como a expiração forçada sobre a mão estendida à frente da boca, já são suficientes para desconfiar do problema. De qualquer forma, a consulta ao dentista para tratamento da halitose é sempre a melhor forma para diagnosticar e eliminar odores desagradáveis proveniente da cavidade bucal.
Estima-se que menos de 5% dos casos de halitose diagnosticados por dentistas tenham como causa principal os problemas estomacais. Na maioria das vezes, o mau hálito é proveniente de doenças gengivais, cáries dentárias, bactérias e restos de alimentos acumulados sob a língua ou ainda os problemas respiratórios.
Outras causas frequentes para a halitose são a diabetes mellitus e a cirrose hepática, cujos odores desagradáveis são também sentidos a partir da respiração. E as causa para o mau hálito não param por aí: medicações, consumo habitual de determinados alimentos e restrição alimentar também contribuem para o mau odor associado à halitose.
A língua é a região da boca em que se encontram os maiores depósitos de bactérias e restos de alimentos – a parte posterior é a mais crítica. E quando este acúmulo se dá de forma excessiva, os resultados são vistos como odores desagradáveis e frequentes em períodos de jejum. A higienização da língua com instrumentos especiais pode ser parte do tratamento da halitose executado pelo dentista.
A halitose pode ter como causa diversas doenças graves. É o caso, por exemplo, da diabetes mellitus e da cirrose hepática, características pelo hálito cetônico proveniente do excesso de dimetil sulfeto na saliva. Consultar o dentista para tratamento do mau hálito, portanto, é importante para diagnosticar doenças sistêmicas que podem resultar em odores desagradáveis provenientes da respiração e cavidade oral.
Problemas respiratórios são causas mais frequentes para a halitose do que as originadas do trato gastrointestinal (estômago). Nestes casos, a consulta médica ao otorrinolaringologista pode ser necessária para tratar adequadamente os odores desagradáveis provenientes de infecções, alergias e processos inflamatórios do trato respiratório.
Gengivite e periodontite são doenças infecciosas que acometem as gengivas e estruturas que sustentam os dentes - e são causas frequentes para a halitose. Os sinais clínicos vão da vermelhidão, inchaço e sangramento das gengivas a até quadros mais severos (periodontite) com presença de pus e destruição óssea.
A principal causal para a gengivite e periodontite é a placa bacteriana acumulada junto às gengivas, um agregado de bactérias e restos alimentares que frequentemente causam o mau hálito. O tratamento consiste na remoção dos depósitos bacterianos, instruções de higiene oral personalizadas, eliminação de restaurações dentárias e próteses defeituosas e manutenção periódica clínica.
O tratamento da halitose pode envolver uma série de procedimentos e exames. A primeira etapa da terapia faz-se através de exames anamnésicos gerais e clínicos dos dentes, gengivas, língua e mucosa da cavidade oral. Descartadas estas estruturas como causas para o mau hálito, exames da saliva e de sangue são necessários para detectar doenças sistêmicas ou flora bucal propensa a fermentações sulfurosas.
Os procedimentos clínicos odontológicos podem envolver mudanças na dieta, tratamento da gengivite e periodontite, trocas de restaurações dentárias e próteses dentárias fixas e instruções para higienização diária da língua.
Exames clínicos e radiográficos da face podem ser necessários para descartas o mau hálito causado por problemas respiratórios, que podem ir desde inflamações alérgicas dos tecidos do trato respiratório superior a até sinusites crônicas dos seios da face.
Restos alimentares que permanecem por muito tempo na cavidade oral provocam odores desagradáveis. A avaliação sistemática da adaptação de próteses dentárias fixas e restaurações metálicas ou em resina é essencial para eliminar odores desagradáveis provenientes da fermentação oral de alimentos presos na cavidade oral.
O tratamento da halitose realizado pelo dentista, em Porto Alegre, conta com recursos avançados para o diagnóstico e seleção de terapias mais específicas e resolutivas. Da contagem do número e qualidade das bactérias à detecção de elementos sulforosos provenientes do sangue, o tratamento do mau hálito deve ser procurado sempre que desconfiar de odores desagradáveis provenientes da boca e nariz.
Luís Gustavo Morato Leite, dentista em Porto Alegre, é graduado e especializado em próteses dentárias pela UFRGS.