Diastemas, fechando espaços entre dentes com técnicas resolutivas.
Como fechar o espaço entre os dentes anteriores, o diastema. Um guia com informações sobre as diversas técnicas sobre o fechamento do diastema com a correta resolução estética. (atualizado em abril/17)
Por Luís Gustavo Morato Leite, dentista graduado e especializado em próteses dentárias pela UFRGS, em Porto Alegre.
Diastema, um espaço entre os dentes que vale a pena ser fechado.
Diastemas são espaços entre dois dentes adjacentes que, dependendo da localização, trazem, além de complicações estéticas, riscos aumentados para o aparecimento de cáries dentárias e machucados em gengivas. A boa notícia, entretanto, é que existem várias técnicas com resultados estéticos e duráveis para serem utilizadas em diversas situações.
O diastema não é uma ocorrência exclusiva em adultos. Em crianças, é condição necessária para o crescimento e relacionamento harmônica entre dentes e arcada dentária. É de se esperar que aproximadamente 48% das crianças em idades entre 10 a 11 anos apresentam diastemas. Em adultos, porém, a presença dos diastemas devem ser diagnosticados e verificados os possíveis danos funcionais além dos estéticos decorrentes do espaço.
Antes de mais nada, é importante ter em mente que a maior parte dos casos de diastemas em adultos decorre apenas das discrepância de crescimento das arcadas dentárias com o tamanho dos dentes presentes nessas arcadas. A combinação genética é que determina o resultado final dessa integração entre os tamanhos dos dentes e o tamanho das maxilas. Em outras palavras, uma situação normal sem maiores complicações.
As múltiplas razões para o aparecimento do diastema em adultos e crianças.
Dá para explicar de diversas formas o aparecimento de diastemas em crianças e adultos. E alguns deles dos espaços entre dentes podem ser consequência do crescimento ósseo em decorrência de outra causa. Embora a causa para o problema não seja relevante para o tratamento do problema, conhecer as causas para o aparecimento de espaços entre dentes ajuda a entender o desenvolvimento e crescimento da situação.
• troca normal dos dentes de leite em crianças
Mesmo pais que são dentistas mostram-se inseguros nas fases de trocas dentárias em crianças. Nesse período, o aparecimento simultâneo de muitos espaços entre dentes e erupção de dentes permanentes em posições não convencionais são motivos para preocupações. Calma! É comum o aparecimento de diastemas e dentes permanentes com posições diferentes à futura posição definitiva e esperada.
• dente não erupcionado ou desproporção entre tamanho de dentes e arcada dentária
Algumas vezes, aparecem situações em que um ou mais dentes não estão presentes na arcada de um paciente (não erupcionaram). São os casos que a falha deve-se à ausência do germe dentária, ainda na fase embrionária, do paciente. Normalmente é uma situação hereditária e que pode ser encontrada em outro membro da família, e que pode ser responsável pelo desalinhamento e aparecimento de múltiplos diastemas pela ausência de um único dente.
• freio labial anormal.
O freio labial é um pedaço de tecido gengival que estende-se desde o interior do lábio até uma região próxima à parte mais alta das gengivas. Em alguns casos, entretanto, esse freio estende-se para além dessa proximidade às gengivas e vai inserir-se entre os próprios dentes, ocupando um espaço que impede que os dois dentes laterais a esse freio possam estar juntos e sem formação de espaços. Forma-se, assim, um espaço que é ocupado por esse freio. Dependo do local aonde esse freio está inserido, o espaço pode ser pequeno.
• hábito de sucção do polegar.
Quem não conhece crianças com o indesejável hábito de sugar o polegar? O problema é que ele pode causar severas anomalias de desenvolvimento ósseo, e que alteram toda a estrutura óssea facial próxima às maxilas afetadas – acarretando até mesmo problemas nasais ou oculares. Em outros pacientes, felizmente, apenas problemas no mal posicionamento dos dentes é a consequência para o movimento repetitivo.
• pressão da língua ao engolir.
Os espaços entre dentes podem ser resultados do reflexo incorreto do ato de engolir. A maioria das pessoas, ao engolir, pressiona a língua contra a parte superior da boca (palato) ao engolir alimentos ou saliva. O problema é que alguns indivíduos, ao engolir, a língua pressiona os próprios dentes ao invés do palato. Com o passar do tempo esses dentes ficam projetados para fora da arcada, criando espaços entre eles.
• presença de doenças gengivais.
A gengivite e a periodontite, doenças que acometem estruturas que suportam os dentes, podem, por vezes, acometer de forma tão severa esse suporte que os dentes alteram suas posições nas arcadas, podendo projetar-se para fora ou lateralmente, aparecendo espaços múltiplos e ocasionando diversos problemas estéticos e de mastigação.
Diagnóstico diferencial em diastemas: uma questão importante.
O diagnóstico do diastema é obviamente simples. Em dentes anteriores, por exemplo, é visual. Quando acomete dentes posteriores – como molares -, o problema é percebido, muitas vezes, pelo constante aprisionamento de alimento entre esses dentes. De qualquer forma, consulte seu dentista para avaliar melhor a situação, principalmente as que acontecem nos dentes posteriores.
Prevenção contra diastemas pode começar já na infância.
Prevenir-se do aparecimento de diastemas pode não ser tão fácil assim. Mas existem, sim, situações que ajudam a contornar o problema de espaços permanentes entre os dentes.
O aparecimento de diastemas causado por doenças gengivas é um exemplo de situação que pode ser prevenida com atitudes simples. Nesses casos, o uso adequado e frequente de escovas e fio dental associados a uma eficaz higiene oral pode prevenir o aparecimento desse tipo de diastema. Já diastemas que decorrem do hábito de empurrar dentes com a língua podem ser abordados com técnicas e aparelhos contra a repetição deletéria.
O freio labial baixo, muito associado ao aparecimento de espaços entre dentes incisivos anteriores, pode ser diagnóstico mesmo em crianças e removido para prevenir diastemas anteriores.
O acompanhamento clínico e radiográfico é outra forma eficiente para prevenção contra diastemas permanentes. Realizado sob supervisão do dentista em crianças, detecta ausências dentárias congênitas, dentes extra-numerários e outros problemas que afetam a erupção dentária saudável e cronologicamente sadia.
E como fechar o espaço entre os dentes?
Existem técnicas e materiais disponíveis para o tratamento de diastemas. A localização e extensão desses espaços entre os dentes implicam nessas escolhas. Definitivo ou temporário, médio ou elevado resultado estético, tudo depende da necessidade e desejo do paciente para resolver o problema. Veja abaixo algumas delas.
• Aparelhos ortodônticos
Quando o aparecimento de diastemas decorre da discrepância entre o tamanho de dentes e maxilares, ou simplesmente do mal posicionamento dentário, o aparelho ortodôntico é a técnica mais indicada para o fechamento de espaços dentários múltiplos.
• Próteses dentárias em porcelana
Técnica mais radical, a prótese dentária em porcelana é indicada para o fechamento de diastemas em dentes posteriores. A ideia mais interessante para a técnica é substituir próteses dentárias antigas associadas a espaço entre dentes que provocam retenções de alimentos.
• facetas e lentes de contato dental em porcelana
Laminados cerâmicos (porcelanas) são técnicas já consagradas para o fechamento de dentes anteriores. São indicadas para extensos espaços entre dentes, ou quando os dentes associados a diastemas em dentes anteriores também necessitam de outros tipos de correções na forma ou cor.
• restaurações dentárias em resina
É a técnica mais comum para o fechamento de diastemas em dentes anteriores. Rápida e de baixa custo, é versátil para a maioria das situações de espaços vazios entre os dentes. É preciso, entretanto, ter algum cuidado no fechamento de diastemas em dentes posteriores com a técnica- local com desafios mecânicos intensos para o material.
• fragmentos cerâmicos
Fragmentos cerâmicos são versões parciais de facetas e lentes de contato dental em porcelana. Mais delicados e sofisticados, diferenciam-se dos últimos por serem colados apenas nas falhas de espaço entre os dentes; ao contrário das lentes e facetas, que recobrem toda a superfície dentária. É a escolha número 1, atualmente, para o fechamento de diastemas.
• implante dentário
Em alguns casos o espaço deve-se à anodontia, que é quando o organismo do paciente não produz o dente que deveria estar ali presente. A anodontia bilateral dos incisivos laterais superiores é um exemplo comum para o problema. O tratamento com implantes dentários para o fechamento de diastemas está associado ao uso de aparelho ortodôntico para otimizar os resultados.
• cirurgia
quando o freio labial é muito proeminente e baixo somente a remoção cirúrgica pode resolver o problema, uma vez que o freio ocupa o espaço que, por exemplo, poderia ser fechado em apenas uma consulta com as resinas adesivadas aos dentes.
Dicas essenciais para fechar diastemas sem entrar em problemas.
O fechamento de espaços vazios pode ser necessário por problemas de acúmulo de alimentos que trazem o risco para cáries dentárias ou traumas sobre gengivais (cor e edema). Em outras situações, é a recuperação estética a causa para o tratamento. De qualquer forma, algumas regras básicas podem auxiliar na hora de procurar pelo melhor tratamento.
✓ em arcadas com múltiplos diastemas, dê preferência para o fechamento de espaços com aparelhos ortodônticos;
✓ múltiplos diastemas em crianças é um situação normal;
✓ pequenos espaços entre dentes anteriores são melhor resolvidos com restaurações dentárias em resina;
✓ grandes espaços em dentes anteriores são melhor resolvidos com fragmentos cerâmicos;
✓ utilize facetas e lentes de contato dental para fechar diastemas em dentes anteriores apenas quando a modificação da forma e cor desses dentes é também imprescindível para o resultado final;
✓ diastema entre incisivos anteriores associados ao freio labial alto requer cirurgia para remoção da inserção muscular em questão;
✓ diastemas muito extensos em dentes posteriores não são indicados para o fechamento com resinas dentárias;
✓ dê preferência, sempre que possível, para o fechamento de diastemas com porcelanas dentárias (fragmentos cerâmicos) – são mais duráveis e resistentes a fraturas;
✓ realize o clareamento dental antes de iniciar o tratamento, independente da técnica e material utilizados.
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